Se não entendermos o início da República no Brasil, como entenderemos o presente?
Minha avó sempre dizia que uma coisa no erro dificilmente sai do erro, e a história prova mais uma vez a sabedoria popular:
A instalação da República no brasil foi
efetuada através das reivindicações dos republicanos e dos militares. Os primeiros queriam um
governo federalista, e os militares queriam um governo que fortalecesse uma
figura central. Nesta queda de braço houve uma cisão nestes dois segmentos e os
republicanos conseguiram vencer esta queda de braço. Com o federalismo, a república velha acabou ficando marcada pela hegemonia da
oligarquia cafeeira do sudeste brasileiro.
O Governo Provisório (1889 – 1891) foi proclamado no mesmo dia da
Proclamação da República (15/11/1889) tendo como chefe de governo o Marechal
Deodoro. As primeiras medidas deste período foram: decreto do regime federalista e a transformação
das antigas províncias em Estados da Federação (Estados Unidos do Brasil);
Naturalização dos estrangeiros; separação do Estado da Igreja; encilhamento.
Com o fim da
escravidão, o advento da política de imigração e a implantação do trabalho
assalariado, houve a necessidade de aumentar o fluxo de moeda. Em 1890, Rui
Barbosa – Ministro da Fazenda – lançou uma política emissionista (criou centros
emissores de dinheiro para cobrir as necessidades do pagamento dos
assalariados), e, com isso, expandiu o crédito a fim de estimular a criação de
novas empresas. Esta política resultou numa INFLAÇÃO INCONTROLÁVEL, pois a
emissão monetária não tinha nenhuma base sólida, salvo a ilusória garantia do
Governo. Esta política foi chamada na época de encilhamento. Com o fracasso do encilhamento, o
Brasil ficou a mercê da herança colonial: produção para o mercado externo, a
grande propriedade e a monocultura.
Em 1891 a Constituição Federal – redigida por Rui Barbosa e Saldanha Marinho e inspirada no modelo norte americano - ficou pronta. Nela foram criados três poderes da federação que deveriam funcionar de forma harmônica e independente:
Executivo (Presidente eleito pelo voto direto por quatro anos), Legislativo
(Câmara dos Deputados e Senado Federal formando o Congresso Nacional) e o
Judiciário (Supremo Tribunal Federal). A Constituição de 1891 deu
autonomia aos Estados, e isso favoreceu a centralização do poder nas mãos da
oligarquia cafeeira dos Estados do Sudeste.
Após a elaboração da nova
Constituição o Congresso Nacional escolheu o primeiro presidente da república:
Deodoro da Fonseca e o vice Floriano Peixoto. A maioria no Congresso era para
Prudente de Morais, mas sob ameaça dos militares, Deodoro venceu por uma margem
pequena de votos. Todavia, a vice de Prudente de Morais (Floriano Peixoto)
venceu o candidato à vice-presidência de Deodoro.
O desgaste do Congresso com
Deodoro foi graças ao encilhamento proposto pelo seu Ministro da Fazenda – Rui Barbosa
– no Governo Provisório. Devido ao desgaste, Deodoro decreta em 1891, estado de sítio e fecha o Congresso
para tentar reformular a Constituição e concentrar mais poderes ao Executivo.
Esta tentativa de Golpe não foi para frente por causa das manifestações civis e
militares que resultou na ameaça de Custódio de Melo de bombardear o Rio de
Janeiro com os seus navios. Por conta disso, Deodoro resolveu renunciar e o
vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o poder.
Continuaremos no próximo episódio...
Fonte: KOSHIBA, L & PEREIRA, D. M. História do Brasil. Atual Editora, 6° edição, 1945
Fonte: KOSHIBA, L & PEREIRA, D. M. História do Brasil. Atual Editora, 6° edição, 1945
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