segunda-feira, 2 de setembro de 2013

OPINIÃO: Os dois lados do programa Mais Médicos Para o Brasil

Com o programa Mais Médicos Para o Brasil, governo federal pretende importar mais de quatro mil médicos

Reunião do programa Mais Médicos para o Brasil  (Foto: Reprodução/UOL)

A vinda de médicos cubanos ao Brasil para trabalhar no Sistema Único de Saúde tem causado muita discussão e polêmica, e a chegada dos primeiros profissionais foi motivo até de vaia, ainda mais após as últimas notícias sobre o programa Mais Médicos do governo federal, que ficou claro que houve pouco planejamento sobre o programa, o que é muito lamentável em um programa tão ambicioso e voltado para uma das áreas mais carentes e sensíveis de qualquer administração, a saúde pública.
Provavelmente já imaginando reações contrárias à sua ideia, o governo federal tratou do caso dos médicos cubanos 'por debaixo dos panos', omitindo informações importantes a respeito, que agora começam a ser descobertas. Reportagem de vários jornais e noticiários mostra que a vinda desses médicos estava sendo organizada há pelo menos seis meses antes do governo anunciar o programa.
Números oficiais do CFM (Conselho Federal de Medicina), indicam que 70% dos médicos formados no Brasil atendem nas regiões Sul e Sudeste, enquanto que regiões do Nordeste e Norte carecem e sofrem com a falta desses profissionais. Acontece que como a maioria dos recém formados em medicina no Brasil, fora das grandes capitais, não exerce suas funções em sua cidade de origem por falta de tecnologia e estrutura, o governo desenvolveu e colocou em prática o projeto em pouquíssimo tempo. 
Dos 371.788 médicos brasileiros, 260.251 estão no Sul e Sudeste.
(Foto: Reprodução/Folha de S. Paulo)
O problema do SUS (Sistema Único de Saúde) não é falta de dinheiro para investimentos, já que no segundo trimestre o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil somou R$ 1,2 trilhão, um aumento de 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2013, é a falta de empenho por parte dos nossos políticos, que muitas vezes esquecem que foram eleitos para defender os interesses da população. 

É claro que a importação de médicos é uma medida de emergência, mas não pode ser só a única medida a ser tomada. Tem que haver maiores investimentos na saúde e melhor distribuição da verba. Já que muitas áreas necessitam não só de médicos, como também de equipamentos, infraestrutura e medicamentos básicos. Além de maior fiscalização, e punição por parte da justiça, já que diversos prefeitos não investem o percentual mínimo exigido por lei, que é de 15%. Em alguns casos, governantes investem apenas 3,25% da verba, um percentual muito baixo para suprir as necessidades da saúde pública. 

Para finalizar, eu não sou contra que sejam importados médicos de Cuba ou de outros países - desde que seja comprovado que eles são competentes para exercer a profissão no país - para atender a população carente que mora no interior, nas periferias e em áreas ribeirinhas, sou contra os médicos ficarem só com as migalhas enquanto a maior parte do dinheiro é usada para financiar a revolução falida dos irmãos Castro.

E você, é a favor ou contra a importação de médicos? Deixe sua opinião nos comentários.

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