As drogas são um problema de saúde pública
Ao longo dos 513 anos da história
do nosso Brasil o tema sobre o álcool e outras drogas começou a ser debatido a
partir do início do século XX. No Brasil da República Velha as drogas eram
toleradas, pois os principais usuários eram os jovens da classe média alta da
época. Quando o vício começou a circular as classes sociais menos favorecidas
(negros, pardos, imigrantes e pobres) o governo começou a se preocupar e desenvolveu em 1921 uma lei
restritiva para o uso de morfina, ópio, cocaína e heroína no Brasil.
Em 1976, surge a Lei n° 6368 que dispõe
medidas preventivas contra o tráfico e uso das drogas. O principal marco
ideológico das políticas públicas voltadas para o álcool e outras drogas
ocorreu em 1998. Neste ano foram desenvolvidas diretrizes para as políticas
relacionadas a drogas (direitos humanos, prevenção, saúde, repressão,
prevenção, tráfico) e o Conselho Federal de Entorpecentes (Confen) passou a
fazer parte do Ministério da Saúde com uma nova sigla: Política Nacional
Antidrogas (PNAD). Anteriormente, o Confen era um setor acoplado ao Ministério
da Justiça, ou seja, o governo investia inteiramente na repressão contra o
tráfico e colocava a prevenção em planos periféricos. Com a mudança de
paradigma apontada, as políticas públicas sobre drogas aumentaram a dimensão do
problema e passaram a entender a relação do usuário com a droga a partir de uma
visão biopsicossocial.
Por conta disso, em 2002, o
Ministério da Saúde cria o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras
Drogas (CAPSad). Neste espaço ocorre o acompanhamento clínico e a reinserção do
indivíduo na sociedade. Um dos maiores desafios deste setor é criar estratégias
de acolhimento e atenção aos usuários de crack, pois entre as drogas mais conhecida, esta é a que causa maiores impactos aos usuários. Em 2003, o Ministério da Saúde
publica a Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - leia aqui: saude.gov.br/alcool_drogas - no qual é explicitado a posição do SUS em relação a este tipo de demanda
apresentada pelos usuários.
A luta continua e inúmeros são os desafios, mas relembrando a história podemos ver que muito vem sendo feito.
Fonte: Álcool e outras Drogas - Revista Diálogos. Psicologia Ciência e Profissão. Novembro 2009
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