Os municípios brasileiros não estão preparados para
solucionar os problemas com saneamento básico. Essa é a constatação de um
levantamento divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE). O estudo expõe a calamidade da situação em grande parte do
país e demonstra como o Brasil está distante de alcançar um patamar aceitável
de atendimento às necessidades primárias da população.
Segundo o levantamento do IBGE, mais de 60% das cidades
brasileiras não executam qualquer acompanhamento em relação ao abastecimento de
água, esgoto sanitário e o manejo das águas pluviais. Nem 30% dos municípios
têm algum tipo de política relacionada à área. Em discurso no Plenário da
Câmara, o deputado Fábio Souto (Democratas/Bahia) cobrou maior atenção das
autoridades municipais, estaduais e federais em busca de melhorias para essa
questão. “Esses dados servem de alerta. Em um momento como este, em que
exaltamos e buscamos a sustentabilidade para salvar o planeta, não podemos nos
dar ao luxo de deixar bens tão preciosos, como é a água no Brasil, ao léu. Além
disso, um país que busca erradicar a miséria, a pobreza, não pode se glorificar
de números econômicos enquanto não solucionar problemas básicos como este. Todo
cidadão brasileiro merece ter e com certeza é o item número 1 na lista de
prioridades das comunidades carentes de todo o país”, argumentou.
Souto fez um apelo para os governos para que
solucionem a falta de saneamento básico no Brasil. Ele afirmou que para ter um
país rico e desenvolvido é preciso pensar primeiro no bem-estar mínimo e na
qualidade de vida da população. “Resolver esta questão significa solucionar uma
série de outros problemas, como de saúde pública, com as várias doenças
causadas pela situação que vivem milhões de pessoas Brasil afora. É lamentável
que apenas 195 municípios brasileiros tenham um Conselho Municipal de
Saneamento”, ressaltou.
Sustentabilidade
O estudo mostra ainda que apenas um terço das cidades
brasileiras tinha algum programa, projeto ou ação de coleta seletiva de lixo em
atividade em 2011. Para Fábio Souto, outra questão pertinente ligada ao assunto
é a busca por sustentabilidade. “É hora de implantar aquilo que é dito nos
discursos. É preciso por em práticas políticas de coleta seletiva de lixo, de
educação ambiental. É preciso pensar e agir em prol da sustentabilidade. Mas
enquanto continuarmos a ver esgoto correndo a céu aberto, ou esgoto indo parar
nos rios sem qualquer tipo de tratamento, enquanto crianças tomarem banho em
rios contaminados, enquanto famílias se abastecerem de água contaminada,
absolutamente nada será mudado, nada será avançado”, concluiu.
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