domingo, 25 de novembro de 2012

Os problemas do sistema carcerário brasileiro


A superlotação das celas, sua precariedade, e insalubridade tornam as prisões um ambiente propício à proliferação de epidemias e ao contágio de doenças


Estão se tornando cada vez mais comuns as notícias de rebeliões e fugas em presídios brasileiros. O atrasado sistema penal do país não colabora e junta, em selas superlotadas, criminosos primários e homicidas, sequestradores, estupradores e outros. O resultado é que, ao invés de ser um espaço para reeducar o preso, o sistema carcerário do Brasil se tornou uma espécie de 'pós-graduação' no mundo do crime. Um jovem delinquente que entre em uma dessas carceragens sai de lá como um líder de facção, disposto a enfrentar a polícia.

Mais do que isso, faltam vagas, sobram prédios deteriorados e, principalmente, servidores despreparados e alvos fáceis da corrupção. A estrutura física do sistema prisional brasileiro é parte de um grande problema que parece de difícil solução. Mal organizado, ele deixa os mais jovens à mercê dos mais velhos. Estes, por sua influência, ou pela violência mesmo, conquistam novos 'adeptos'. A lógica da organização faz com que os que não são seus amigos passem automaticamente para a condição de inimigos. Ameaçados, portanto, mesmo em um ambiente em que deveria garantir a segurança da sociedade e dos próprios presos.

Os detentos adquirem as mais variadas doenças no interior das prisões. As mais comuns são as doenças do aparelho respiratório, como a tuberculose e a pneumonia. Também é alto o índice de hepatite e de doenças venéreas em geral, a AIDS por excelência. Estima-se que aproximadamente 20% dos presos brasileiros sejam portadores do HIV, principalmente em decorrência das relações sexuais entre os detentos sem preservativos, da violência sexual praticada por parte dos outros presos e do uso de drogas injetáveis.

Para resolver o problema dos presídios brasileiros, o primeiro passo é mudar o sistema penal, separando os presos pela graduação de seus crimes. E punindo com o encarceramento apenas os crimes que realmente fazem jus à pena - para isso, é preciso estabelecer as regras de penas alternativas. Além disso, nada funcionaria sem um judiciário ágil.

Esse conjunto básico de ações na legislação é fundamental, uma vez que é impossível que a construção de novos presídios acompanhe a demanda de novos criminosos. Ao mesmo tempo, é preciso reajustar as prisões para que efetivamente estas instituições façam um trabalho de reinserção dos detentos à sociedade.


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